COLÍRIO DE SORO AUTÓLOGO
Trata-se de um colírio feito do próprio sangue, indicado para pacientes que apresentam um quadro grave de olho seco e/ou doenças da superfície ocular que não respondem aos tratamentos convencionais.
Histórico: O uso oftalmológico do colírio de soro autólogo para tratamento de desordens da superfície ocular foi relatado pela primeira vez em 1975 por Ralph e colaboradores(ref) . Em 1984, Fox e colaboradores(ref) demonstraram a eficácia do uso do colírio de soro autólogo no tratamento de ceratoconjuntivite seca. Essa terapêutica ganhou mais notoriedade a partir de 1999, quando Tsubota e colaboradores publicaram dois estudos confirmando a eficácia do uso do colírio de soro autólogo em olhos secos relacionados à síndrome de Sjögren e a defeitos epiteliais persistentes(ref). De fato, esses estudos foram os primeiros a demonstrar eficácia e segurança do uso do colírio de soro autólogo. Nos últimos 20 anos vários estudos demonstraram bons resultados tantos subjetivos como objetivos com melhora importante da superfície ocular. Além do soro autólogo diluído em SF, outros hemoderivados como o plasma rico em plaquetas (PRP), soro alogênico, plasma rico em fatores de crescimento ou mesmo outros diluentes têm sido investigados também com excelentes resultados.
O QUE DIFERENCIA O COLÍRIO DE SORO AUTÓLOGO DAS DEMAIS LÁGRIMAS ARTIFICIAIS?
O soro apresenta substâncias importantes na regeneração e cicatrização da superfície ocular que estão presentes nas lágrimas naturais saudáveis e que não são encontradas nas lágrimas artificiais disponíveis comercialmente. Na tabela abaixo é possível observar a composição semelhante entre o soro e a lágrima (DOI 10.1007/s10561-009-9128-1).